Um tipo perigoso de murmuração em família
A murmuração é sempre danosa. Traz problemas espirituais sérios de curto, médio e longo prazo. É um chamariz para outros males como: maledicência, calúnia, inveja, difamação, fuxico, rebelião, motim, intriga. Só pra citar os mais comuns. A lição descreveu muito bem seus reflexos. Mas há um tipo de murmuração específica que tem causado muitos problemas à família.
Ela ocorre quando os pais trazem os problemas da Igreja para o seio familiar. É quando, por exemplo, os pecados de lideranças são expostos sem filtro, sem contextualização, até com algum rancor e ódio, para os filhos que, sem ter a adequada maturidade, passam a vivenciar tais situações. Esta tem sido a razão pela qual, aliás, muitos filhos estão desviados.
Já falamos em outro artigo que nem tudo é murmuração nas críticas que se faz às lideranças, há muitas críticas legítimas. O problema é quando essas críticas, desde as legítimas às gratuitas, se tornam um padrão dentro da casa de muitos crentes e eles passam a criticar igrejas e líderes de modo aberto para seus filhos. Estes passam, então, a demonizar tais referenciais e perdem totalmente o senso de proporção.
Quem nunca ouviu falar de um pai ou mãe que chegando em casa diz: “Aquele pastor acoberta adúlteros e pedófilos! Não confio nele!”? Uma coisa é uma conversa entre adultos (espirituais!), outra entre adultos e crianças, espirituais, idem. A internet potencializou esse problema, porque páginas de fuxico e intriga gospel passaram a divulgar tais percepções (e até fatos!) sem filtro algum. Qualquer um pode ter acesso aos chamados pecados de sacristia!
Uma segunda vertente do mesmo problema é quando há um apoio exagerado aos desvios e pecados dos filhos diante das decisões da liderança. O filho comete algum erro e o pastor suspende ou disciplina. A mãe ou pai, cheios de si, decidem defender o pimpolho, custe o que custar. E acabam estragando o respeito e a reverência que o relacionamento entre líderes e liderados exige.
Se seu filho errou, procure levá-lo à igreja mesmo que relutante. Faça-o compreender que está errado e mantenha o respeito dele pela liderança. Se foi pecado, ajude-o em oração para que ele atravesse a disciplina e/ou suspensão e possa superar com aprendizado. Não, o pastor não é culpado de sua má criação, dos erros dos seus filhos ou do seu cônjuge. Ele está agindo com isonomia, afinal o filho de A não é melhor que o de B!
Uma terceira e última vertente, neste curto artigo, se refere às lideranças que falam mal de seus subordinados em família. Os filhos crescem achando que membros são inimigos, traidores, traiçoeiros e covardes com seu pastor ou líder. Não é raro o melindre e a vitimização, e até a chantagem, para ganhar a confiança em família, jogando filhos contra a Igreja. É um perigo terrível e tem desviado muitos filhos de pastor. Neste particular também se enquadram lideranças que criticam abertamente outras lideranças dentro de casa.
Devemos agir com cuidado e evitar críticas a líderes, membros e outros líderes diante dos pequenos. Eles não fazem ideia do que se passa e crescerão com a percepção errada do que é ser igreja. No tempo certo, eles entenderão o que for necessário, que igreja é uma reunião de pessoas que por vezes discordam entre si, mas seguem avante por Cristo, que a vida cristã não é um carrossel de parque de diversões, etc. Mas tudo a seu tempo! Podemos aqui traçar um paralelo com a sexualidade, no afã de preparar seu fiho para o mundo alguns adiantam etapas do aprendizado neste particular e acabam perdendo filhos e filhas.
Tenhamos cuidado!
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