E se Ananias e Safira tivessem ganho na Loteria?
A história de Ananias e Safira tem contornos dramáticos. Eles são alguns dos primeiros discípulos, provavelmente, estavam no Cenáculo quando todos os presentes foram cheios do Espírito Santo, mas não demonstravam os frutos do Espírito. Essa é a grande questão da Igreja brasileira, crentes cheios que não frutificam!
Ao ver que todos traziam alguma coisa para ajudar a comunhão da nascente Igreja, arquitetaram o plano de ficar com uma parte da venda de uma propriedade e só declarar a outra parte. Como sabemos, o problema não era a retenção de parte do valor, mas a mentira sobre que valor seria esse. Se o casal informasse corretamente o valor e dedicasse apenas parte dele aos necessitados não seria problema para os discípulos.
Mas e se esse dinheiro fosse fruto de um sorteio na Loteria?
Temos quatro possibilidades a analisar. A primeira é que Ananias e Safira jamais jogariam na Loteria. Majoritariamente, a igreja valoriza o trabalho e o ganho com suor (Gn 3:19). Jogos de azar, via de regra, se aliam a dinheiro ilícito, ganho de forma fácil. Crentes com o fruto do Espírito certamente se sentiriam incomodados com algo assim.
A segunda possibilidade é que Ananias de fato jogasse e ganhasse. Fatalmente, ele omitiria a fonte de sua fortuna e traria uma parte à Igreja. O que a Igreja deveria fazer nesse caso? Sabendo da fonte dos recursos, o correto seria rejeitar a oferta. Não sabendo, não há participação da Igreja no dolo de Ananias e ela deveria ser recebida*.
A terceira possibilidade é que Ananias e Safira fossem os pais de um ganhador e tivessem ganho o valor do seu amado filho, que nem crente é. Sabendo da origem, a Igreja deveria recusar mesmo assim, pois esta mudança de mãos não muda a origem do dinheiro.
A quarta e última possibilidade é que Ananias e Safira fossem funcionários do sortudo. Neste caso o salário deles estaria diretamente relacionado ao sorteio, contando que não trabalhavam para ele antes. Seu dízimo deveria ser tranquilamente aceito pela Igreja, visto ser oriundo do trabalho.
No último caso, o raciocínio é semelhante ao irmão que trabalha numa cervejaria ou à irmã que trabalha na residência do dono da loteria.
* É fundamental que o pastor não cresça o olho com ofertas absurdamente generosas, especialmente de políticos e outras profissões que auferem seus ganhos de forma fácil
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