Quem são os Cessacionistas? O que ensinam?

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Os cessacionistas são estudiosos da Palavra que discordam da atualidade dos dons. Por outro lado, somos continuístas. Nesse rol de cessacionistas há grandes expositores como Karl Barth, Daniel B Wallace, John MacArthur, Benjamin Breckinridge Warfield e o brasileiro Augustus Nicodemus.

Em linhas gerais, os cessacionistas argumentam que:

1. O cânon bíblico está encerrado, logo não há mais necessidade de profetas;
2. Ainda no campo profético, tudo que poderíamos receber por revelação nos foi dado pela Palavra de Deus, que é completa e perfeita;
3. Muitos dons seriam explicados por pura jactância espiritual, portanto, são manifestações carnais;
4. Há muitos excessos no exercício dos dons, o que mostra ser uma tendência herética;
5. Igrejas neopentecostais usam e abusam dos dons espirituais, logo são igrejas sem ortodoxia.

Devemos relembrar que a própria Bíblia afirma que os dons foram dados como um sinal para a Igreja (1 Co 14:22). Jesus nos prometeu que tais manifestações seriam abundantes dentre os seus servos (Mc 16:17). O profeta Joel, relembrado por Pedro em Atos 2:17, afirma: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão sonhos; E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão” (Jl 2:28,29).

Nem mesmo os cessacionistas parecem discordar de que o fenômeno de Atos 2 e demais passagens afeitas à Igreja Primitiva são antibíblicas. Eles discordam é de sua continuidade!

Antes de prosseguir é bom dividi-los em três grupos principais:
a) Moderados – São os que até acreditam na atualidade dos dons, mas procuram ignorá-la, creditando na maioria das vezes a excesso carnal tais manifestações. Boa parte deles acreditam que alguns dons estão em operação na Igreja, cura e discernimento de espíritos, por exemplo, e outros não. Nesse grupo há aqueles que exercitam alguns dos dons em seus recintos particulares de oração;

b) Radicais – São maioria e reprovam totalmente quaisquer manifestações dos dons na Igreja. Procuram associar cada um dos dons a outras manifestações eclesiásticas. A pregação, por exemplo, equivale à profecia e daí por diante. Torcem o nariz para qualquer liturgia mais efusiva;

c) Extremistas – Além de não crer na atualidade dos dons espirituais, atribuem as manifestações pentecostais ao próprio Diabo. Sim, estas manifestações seriam possessões demoníacas no seio da Igreja, desviando-a da verdade. Neste grupo estão não apenas muitos grupos reformados, mas igrejas como os Adventistas e Testemunhas de Jeová.

Abordando a questão do cânon, a profecia pentecostal nunca buscou substituir a Bíblia, nem complementá-la. Nenhum estudante sério pentecostal irá buscar interpretar uma passagem, por exemplo, baseado em profecias. Via de regra são revelações para o dia a dia da Igreja que, aliás, seguem o padrão de Atos 21:10,11.

Uma outra distinção comum entre os cessacionistas diz respeito ao batismo no Espírito Santo. A maioria deles alega que seria a própria habitação do Espírito (Jo 14:17). Todavia, não conseguem resolver o problema de João 20:22. Ali Jesus soprou o Espírito sobre pessoas que, em tese, já eram salvas. Depois ordenou que ficassem em Jerusalém ATÉ que fossem revestidos de poder (Lc 24:49). E, por fim, os revestiu em Atos 2:5. Em Atos 11:15 Pedro ensina a irmãos quando cai sobre eles o Espírito Santo COMO já havia sido derramado sobre a Igreja de Atos 2! Logo, entendemos que são eventos distintos.

Há, de fato, alguns excessos. Mas os há em várias outras áreas onde a Igreja atua. Há heresias na própria interpretação do texto bíblico e não vamos deixar de estudá-lo por causa disso. A solução não é anular tais manifestações, mas contrastá-las com o que diz a Bíblia! Depurando onde necessário.

Uma premissa importante para nossos dias é a da necessidade. Por ela entendemos que nossas igrejas precisam de impulso do Espírito Santo para suas atividades e para suprir a necessidade de seus membros. Ele não nos foi dado por acaso! Até mesmo em igrejas cessacionistas quantos doentes não há, a esperar que alguém seja usado nos dons de curar? Quantos desses movimentos heréticos não seriam dissipados pela operação direta do dom do discernimento? E por aí vai.

Entendemos que os dons são a amostra grátis do que veremos/seremos no Céu. Aqueles que creem em sua atualidade experimentam já aqui nesse mundo a glória do porvir. Frisamos, por outro lado, que o irmão ortodoxo que não crê na atualidade dos dons não perde a salvação por isso, a não ser que ridicularize as coisas de Deus, taxando de endemoninhados aqueles que creem de forma diferente.