O que você pode não saber sobre a perseguição na Igreja Primitiva?

O que você pode não saber sobre a perseguição na Igreja Primitiva?

A perseguição é sempre um tema latente. Porém, há alguns detalhes que passam despercebidos à maioria dos cristãos. Vem conosco nesse breve texto que retrata algumas nuances da perseguição na Igreja Primitiva.

01) Que a perseguição inicial partiu dos religiosos da época. Não obstante serem praticantes, não hesitaram em perseguir seus compatriotas pelo simples fato de terem se tornado cristãos. Tais religiosos enxergavam o Cristianismo como uma ameaça à sua fé, a crença no Filho de Deus como um ataque ao monoteísmo judeu;

02) Que o Império Romano percebia o Cristianismo como mais um ramo, uma seita, dentro do Judaísmo. Como a política romana era de tolerância (permitindo, por exemplo, aos judeus terem reis) ignoraram completamente o movimento, um eventual levante era quase impossível por conta de os cristãos serem pacíficos;

03) Somente quando o Cristianismo cresceu e se internacionalizou é que o Império Romano iniciou seus ataques;

04) O argumento de Roma contra os cristãos não tinha nada a ver com Jesus a priori, mas porque se recusavam a adorar a César. Como o imperador era considerado um deus logo a animosidade cresceu. Em 250 d.C. o imperador Décio editou um decreto exigindo um testemunho público de lealdade a Roma, que incluía oferecer sacrifícios ao imperador;

05) Qualquer um era instado a adorar a César. Se não o fizesse seria castigado ou banido (exilado numa região distante, como uma ilha, por exemplo), teria seus bens saqueados e poderia ser executado;

06) Bruce Shelley conta que muitos cristãos importantes se curvaram diante dessa imposição, dobrando-se aos caprichos romanos. Eles compravam certificados de que eram leais a Roma, chamado de libelli;

07) Uma outra acusação que vigorou nos primeiros anos do Cristianismo é de que seriam canibais, pois afirmavam comer o corpo e beber o sangue de um homem morto;

08) Estimativas mais críticas relatam que 2.000 cristãos morreram nas arenas romanas[1], outras mais favoráveis, falam em milhões. Não há como saber ao certo. Importante é notar que Roma não primava pela quantidade, mas pela crueldade. Hipólito, por exemplo, foi destroçado por quatro cavalos que puxavam seu corpo em direções opostas. Assim, cada morte era um espetáculo grotesco e enojador;

09) A perseguição aos cristãos pelo Império Romano durou mais de dois séculos. Desde o incêndio de Roma, em 64 d.C, atribuído maldosamente por Nero aos servos de Cristo até o Édito de Milão, em 313 d.C;

10) As perseguições chegaram ao auge sob o domínio de Diocleciano e Galério, no final do século III e início do século IV. Arquitetaram grandes ações contra a Igreja, mas eram o último grande suspiro do urso romano. Conta-nos a Wikipédia[2]: “O edito de Serdica, também chamado de edito de tolerância de Galério, foi emitido em 311, (hoje Sofia, Bulgária) pelo imperador romano Galério, encerrando oficialmente a perseguição diocleciana ao cristianismo no Oriente. Constantino, o Grande, logo chegou ao poder e, em 313, legalizou completamente o cristianismo. Somente em Teodósio I, no final do século IV, o cristianismo se tornaria a religião oficial do Império Romano”.

Embora a perseguição do império tenha esmaecido, ainda há muitos países onde ser cristão é um crime gravíssimo, punível com a morte. E muito mais crentes morreram nas masmorras comunistas e totalitárias da Cortina de Ferro (antiga União Soviética), de Bambu (China) e dos países hostis ao Evangelho[3]. A perseguição foi, é e sempre será uma ameaça ao povo de Deus. Jamais teremos sossego, nossa Pátria não é aqui (Hb 11:9,10;1 Pe 2:11)!

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[1] https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-os-cristaos-eram-executados-nas-arenas-romanas/
[2] https://bit.ly/perseguicao_wikipedia
[3] https://portasabertas.org.br/lista-mundial/paises-da-lista

Sobre o autor | Website

Meu nome é Daladier Lima dos Santos, nasci em 27/04/1970. Sou pastor assembleiano da AD Seara/PE. Profissionalmente, trabalho com Tecnologia da Informação, desde 1991. Sou casado com Eúde e tenho duas filhas, Ellen e Nicolly.

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