O avivamento realinha a missão da Igreja!

O avivamento realinha a missão da Igreja!

Confesso-me amante de Missões, na verdadeira acepção da palavra. Qual salvo sério não seria!? Vibro com os relatos de missionários verdadeiros, que com denodo avançam nos rincões nacionais ou internacionais. Já assisti inúmeros vídeos do assunto, tenho diversos livros sobre e estou minimamente informado dos desafios. Oro, interajo, financio com meus parcos recursos diversas iniciativas. Há, porém, algumas coisas que desejo pontuar as quais esperamos que um verdadeiro realinhe na missão da Igreja!

1) A Igreja é a Missão!

Há um claro desfoque do que é missão. A função primordial da Igreja não pode ser definida a partir de uma política eclesiástica ou do capricho pessoal do líder. A definição da Missão está expressa na declaração de Cristo sobre a Igreja! Ele disse que fomos edificados por ele mesmo e que nada nem ninguém poderia nos deter (Mateus 16:18), que deveríamos ir por toda parte pregando não nossa cosmovisão ou diretrizes denominacionais, mas o Evangelho (Marcos 16:15), que sofreríamos oposição (Mateus 5:11) e que seríamos vencedores ao final (Rm 8:37). Mas nós somos a cada dia a Missão! Em todas as mínimas e mais vistosas ações, em tudo que a Igreja faz Deus revela sua missão no mundo.

Um avivamento nos relembra que eu, você, nós somos a Missão de Deus na Terra! E Deus não tem um plano B. É a Igreja ou a Igreja, se me entendem!

2) Sim, somos todos missionários

Se a Igreja é a Missão, somos todos missionários. Há, porém, os missionários locais, que evangelizam os de perto e há os missionários que vão a outros Estados e nações. Curiosamente, há muito esforço e investimento e até mais alegria em evangelizar os de longe que os de perto. Que dizer das cotinhas que muitos irmãos fazem para comprar literatura, porque a Igreja não fornece!?

Um caso gritante é o das necessidades missionárias do Sertão. Ali tem miséria, fome, sede, idolatria, oposição aos evangélicos, dificuldades geográficas e tudo o mais que encontraríamos em países fechados para o Evangelho. É a janela 10/40 brasileira! Porém, há poucos dispostos a exibir seu cartão de missionário, com um dístico semelhante a missões no Sertão. Por que? É um mistério insondável. Quem sabe se sentiriam diminuídos.

Mas outros grupos se ressentem dos mesmos problemas dentro do Brasil: índios, ciganos, ribeirinhos, quilombolas, imigrantes, etc. Normalmente, tais pessoas recebem pouca atenção e poucas igrejas querem investir dízimos e ofertas para enviar missionários a eles. E não só isso, os próprios missionários, supostamente vocacionados para toda boa dádiva que desce do Céu (Tiago 1:17), dão de ombros para a necessidade destes grupos, só tendo olhos para o Exterior. De preferência num bom e calmo destino.

3) Missões é sofrimento e dor

Se o missionário relatar muitas almas, novos templos, crescimento do trabalho, a Igreja vibra. Se, porém, relatar dificuldades, oposição, perseguições, para muitos é um mal sinal. Para alguns até é um sinal negativo da  própria chamada missionária. Mas o que diz a Palavra de Deus? “E de todos sereis odiados por causa do meu nome” (Lc 21:17). Logo, o sofrimento e até, no limite, a morte, são ingredientes da missão.

O grande problema é que ao fazer a obra de Deus esperamos não sofrer, nem passar necessidades. Como se Deus fosse obrigado a nos abençoar. É um engano colossal. Basta-nos ler as histórias dos pioneiros assembleianos e de outras denominações. Foram alvo de todo tipo de problema. Mas só pra citar Gunnar Vingren, ele perdeu uma filhinha, Gunvor, de apenas três anos e dez meses, em 23 de julho de 1932.

Túmulo de Gunvor Vingren - Créditos Isael Araújo - CPAD

Túmulo de Gunvor Vingren – Créditos Isael Araújo – CPAD

4) Missões virtuais: um novo campo de atuação eclesiástica!

Com o adensamento da população que usa celulares e internet, missões se tornaram mais fáceis e baratas de serem realizadas. Porém, a Igreja prefere o modo mais caro e difícil. Hoje é possível enviar uma mensagem para qualquer segmento que usa o Facebook, por exemplo, sem sair da frente do computador. São quase dois bilhões de usuário no mundo, 116 milhões no Brasil. E há grupos, pequenos embora, que alcançam neste momento efetividade nestas campanhas virtuais.

Os seres humanos tem comportamento padronizado. Se um vídeo no Youtube pode ser curtido por milhões, talvez, bilhões de pessoas, uma mensagem evangelística também o será. Só depende de criatividade e oportunidade. Isso sem falar nas demais mídias urbanas e massivas. Veja abaixo o levantamento do ano de 2022.

Infelizmente, quase todas as oportunidades tem sido perdidas por grandes igrejas, ao mesmo tempo em que se dizem envolvidas em Missões. A Assembleia de Deus é a maior igreja brasileira, mas nunca emplacou uma mensagem de massa desse tipo até o momento. Precisamos ainda incluir no deficit os milhões de brasileiros urbanos inatingíveis pessoalmente, uma vez que estejam encastelados em seus apartamentos e condomínios, nas inúmeras selvas de pedra que temos, somente por canais de mídia de massa podemos alcançá-los.

Depois da pandemia, muitas igrejas meio que acordaram para o potencial das redes sociais. Mas, via de regra, as iniciativas são desorganizadas e sem foco ou estratégia. O exemplo mais vistoso é o das muitas conversões nas lives Brasil afora, enquanto o acompanhamento é precário. Nos sites das igrejas não há um mísero formulário para coletar mais informações sobre a pessoa que decidiu-se para Cristo e ela se perde no meio das estatísticas.

5) A missão precisa de grande financiamento?

Sem sombra de dúvidas tudo que fazemos em termos práticos precisa ser financiado. Folders, cartazes, campanhas virtuais, banners, faixas, passagens, hospedagens, ajudas de custo, cuidado com famílias missionárias movimentam um mercado bilionário. E são os membros das igrejas que investem seus dízimos e ofertas para fazer frente a tais despesas. Penso que isso não deixa dúvidas.

O problema é quando Missões é utilizado para a arrecadação pura e simplesmente. Quando campanhas de missões apresentam necessidades de países estrangeiros e sua solução demanda única e exclusivamente, na propaganda de seus idealizadores, dinheiro. Aqui, como em tudo que a Igreja faz, dinheiro é meio, não fim. Sem contar que inúmeros departamentos de missões servem ao custeio de despesas que nem de longe lembram o fim propagandeado para os ingênuos irmãos.

Muitas igrejas gastam somas astronômicas em staff e planejamento missionário, enquanto o missionário lá na ponta mendiga sua parca ajuda de custo, que chega atrasada muitas vezes e não é reajustada há décadas. Não que ele deva ser um milionário em campo (embora hajam missionários nababos, especialmente quando apadrinhados de alguma liderança), mas deve ter ao menos dignidade. E se é para fazer tendas no campo, que isto seja acertado desde o envio, não criando falsas expectativas!

Um avivamento nos fará lembrar que a história demonstra que a maioria das iniciativas missionárias bem sucedidas não contaram com grandes investimentos!

6) O missionário é responsável por sua atuação

Com as redes sociais multiplicaram-se os chiliques de alguns missionários com o sofrimento do campo, etc. Outros não querem ser cobrados por resultados, relatórios, prestações de contas, etc. Não há missionário que ignore tais necessidades ao ser enviado. Mas ao chegar no destino, para muitos, as coisas mudam.

A Igreja deve receber, regularmente, relatórios da atuação missionária, valores investidos por missões estabelecidas nos mais diversos lugares e custeadas pelos irmãos. Quem não quer ser cobrado por essas coisas desenvolve uma profissão e vai viver por conta própria. Queria ver esse pessoal na iniciativa privada, sendo cobrado por horário de chegada e saída, produtividade e um sem número de outros itens.

Repito, não há ninguém que possa alegar que não sabia da pressão que iria enfrentar no campo. A não ser aqueles melindrados e interesseiros que de chamada não tem nada.

7) Igreja autóctone

Atenção! Nenhuma missão, em nenhum país do mundo, deve esperar usufruir dos louros do crescimento missionário para sempre. A meta, o objetivo, deve ser uma igreja autóctone onde quer que estabeleçamos uma missão. A Assembleia de Deus brasileira ainda não tinha 20 anos quando a liderança brasileira reclamou o controle dos missionários suecos e americanos. Ainda que os últimos tenham financiado seminários e as publicações por algumas décadas, todo processo decisório esteve desde então em nossas mãos. E nunca foi reclamada qualquer compensação financeira por aqueles que fundaram os trabalhos!

Causa-me asco que uma igreja estabeleça uma missão em qualquer lugar do mundo e espere que aquela igreja permaneça vinculada para sempre àquela que lá fundou o ministério! A história mostra que a regra por toda parte é a emancipação, que virá mais cedo ou mais tarde, tão logo a iniciativa cresça e dê frutos.

8) Judeias, Samarias e confins da Terra

Ainda ouço o eco das palavras de Jesus em Atos 1:8: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra.” Se formos incompetentes com a evangelização nas cercanias de nossa congregação, como esperaremos enviar missionários aos rincões? Precisamos fazer nossa lição de casa.

Lembro que o Brasil tentou ser protagonista mundial, dizia certo presidente que as nações do mundo deveriam aprender conosco. A pretensão deu com os burros n’água. Com a Igreja não ocorre muito diferente. Queremos ser missionários do outro lado do mundo e não evangelizamos às pessoas do outro lado da rua! E muitos deixam de fazê-lo em sua própria família.

Que reflitamos sobre isso!

As 10 redes sociais mais usadas no Brasil em 2022 são:

1. WhatsApp (165 mi)

2. YouTube (138 mi)

3. Instagram (122 mi)

4. Facebook (116 mi)

5. TikTok (73,5 mi)

6. Messenger (65,5 mi)

7. LinkedIn (56 mi)

8. Pinterest (30 mi)

9. Twitter (19 mi)

10. Snapchat (7,6 mi)

Fonte: https://resultadosdigitais.com.br/marketing/redes-sociais-mais-usadas-no-brasil/

<

Sobre o autor | Website

Meu nome é Daladier Lima dos Santos, nasci em 27/04/1970. Sou pastor assembleiano da AD Seara/PE. Profissionalmente, trabalho com Tecnologia da Informação, desde 1991. Sou casado com Eúde e tenho duas filhas, Ellen e Nicolly.

Inscreva-se aqui e receba nossos posts em seu e-mail!

100% livre de spam.

Para enviar seu comentário, preencha os campos abaixo:

Deixe um comentário

*

Seja o primeiro a comentar!