As relações sociais de Jesus

As relações sociais de Jesus

Mais um trimestre chega ao fim. O comentarista foi muito feliz em sua abordagem ao longo do tempo. Evidentemente, fosse outro a escrever esta lição optaria por enfatizar esse ou aquele fato. Escrever é fazer escolhas. É emblemático o assunto desta última lição: A amizade de Jesus com uma família em Betânia.

Ora, Betânia fica bem próximo de Jerusalém, são cerca de seis quilômetros (João 11:18, diz que são quinze estádios, quinze quilômetros, conforme a NTLH). Ali o mestre se instalou na última semana de vida terrena, antes da crucificação (Mc 14:3). Também foi dos seus arredores que ele foi assunto ao Céu (Lc 24:50).

Nada sabemos sobre os pais de Lázaro. Muito provavelmente haviam falecido. Não era costume dos filhos afastar-se de seus genitores, até que houvessem falecido (Mt 8:21,22), nem sobre suas condições financeiras. Há quem especule que tenha condição social elevada, visto que fora embalsamado e posto num sepulcro só para ele. Preferimos não especular.

O foco aqui é Jesus interagindo com uma família amada. Essa interação tinha aspectos bem calculados:

  1. Jesus se aproximava de qualquer pessoa – Os fariseus se punham em choque constante com essa habilidade. Eles segregavam as pessoas de acordo com sua afinidade religiosa. Era desonra para um fariseu apertar as mãos de um gentio. Algo abominável e reprovável. Jesus, ao contrário, comia com publicanos e pecadores (Mc 2:16);
  2. Jesus não tinha interesse – Seu objetivo não era barganhar, oferecer amor para exigir algo em troca. Ele se aproximava das pessoas mais improváveis, a maioria das quais nada tinha pra lhe dar em retribuição. Em Marcos 1:41 um leproso se aproximou dele e, ajoelhando-se, pediu para que o curasse: “Senhor, se tu queres podes tornar-me limpo”. Jesus estendeu suas mãos e o tocou. Qualquer mestre de sua época sabia que isso o tornaria impuro, mas enquanto um hipotético julgador procurava o artigo que o condenaria ele já tinha dito: “Quero, sê limpo!”;
  3. Jesus não se contaminava – Ele sabia que sal salga por contato, mas não se pode compactuar com o mal, senão torna-se insípido (Mt 5:13)! Ele guardava uma distância segura do pecado, mas os pecadores vinham ouvi-lo! Morreu ladeado por dois malfeitores, mas essa postura não o desabonava!
  4. Jesus era um agente do Pai – Sua proximidade com as pessoas visava não a sua glória, mas a glória de Deus! Isso é maravilhoso porque Jesus era guiado pelo Espírito. Com alguma frequência  o vemos desviar o caminho para atender um necessitado. Vide a tempestade que desviou o barco ao final de Marcos 4, apenas para beneficiar o gadareno do capítulo 5! Ou o desvio para encontrar a samaritana (Jo 4:4);
  5. A glória moral do Senhor Jesus – Ele conseguia se safar das situações mais embaraçosas, sem se ausentar delas. Quando lhe perguntaram pelo imposto de César, pediu para Pedro pescar (Mt 17:24-27) e pagar por ele e pelo Mestre! Assim, nem a plebe tinha como chamá-lo de pedante, nem a nobreza podia taxá-lo de inadimplente!

Faria um bem estrondoso aos estudiosos da Bíblia reanalisar os encontros de Jesus com as mais diversas pessoas ao longo de seu ministério, relendo os Evangelhos até o próximo domingo. Quem sabe nuances outras escondidas no texto não saltassem para sua vida e o abençoasse!

Por fim, é fácil criar redomas e nelas se isolar do mundo que nos cerca. Isso já foi tentado na História, com retumbante fracasso. Foi assim com a Igreja Católica, que isolava seus monges de tal maneira que nenhum contato tivessem com o mundo exterior. Isso não os impediu de pecar entre si, nem tornou a Igreja mais santa.

Que possamos aprender com o Mestre!

Sobre o autor | Website

Meu nome é Daladier Lima dos Santos, nasci em 27/04/1970. Sou pastor assembleiano da AD Seara/PE. Profissionalmente, trabalho com Tecnologia da Informação, desde 1991. Sou casado com Eúde e tenho duas filhas, Ellen e Nicolly.

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